Muitos estudos têm demonstrado a grande importância que a socialização tem na manutenção da saúde e de uma boa qualidade de vida nas diferentes populações e nas várias fases da vida. Pessoas que tem grupos de amigos, famílias próximas e convivem com outras pessoas no seu dia a dia tendem a ter mais saúde. Uma serie de características inerentes ao envelhecimento humano afetam a socialização, podendo, consequentemente, piorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas idosas.
Diminuição do contato social
À medida que se envelhece, vivencia-se mais perdas de familiares e amigos, reduzindo-se as referências sociais, o que pode fazer com que o idoso se retire por vontade própria do convívio social. Muitas vezes há, ainda, uma maior dificuldade em se manter encontros frequentes com amigos e familiares, devido a diminuição da autonomia, acomodação e até mesmo preguiça. A mudança de local de residência, para ficar mais próximo dos filhos e netos, tirando o idoso do local onde sempre viveu, também pode afastá-lo do seu grupo social, fazendo com que ele se isole ainda mais.
Por isso, a criação de novos contatos deve ser estimulada na terceira idade, o que pode acontecer através de atividades culturais, prática de atividades físicas em grupo, viagens, encontros de lazer e participação em grupos de aprendizagem (música, línguas, atividades manuais, informática) e jogos (de tabuleiro, baralho, dados, etc.).
Mudanças na aparência física
Muitos idosos têm dificuldade em lidar com as mudanças físicas que ocorrem naturalmente com o envelhecimento, sejam elas mudanças fisiológicas como perda de massa muscular modificando a postura, perda/branqueamento de cabelos, aumento de manchas e rugas na pele, ou as mudanças patológicas, como necessidade de uso de bengala ou cadeira de rodas, visão e/ou audição diminuídas. Esses fatores podem fazer com que o convívio social se reduza muito, em função de vergonha e desconforto em interagir com as outras pessoas. Felizmente, a cada dia que passa, a sociedade está mais acostumada com as diferenças entre as pessoas, se tornando mais inclusiva, facilitando também o acesso do idoso às mais variadas possibilidades. E cá entre nós, os povos orientais sabem há muito tempo que o conhecimento, a cultura e a experiência de vida são muito mais importantes do que a aparência física.
Mudanças nos papéis sociais
Pessoas que realizaram determinadas tarefas a vida inteira, tanto no trabalho formal como no doméstico, muitas vezes não se adaptam às mudanças de papéis e de atividades diárias que ocorrem com o envelhecimento, podendo sentir-se “inúteis”, pensando que têm menos a contribuir na sociedade. Afinal, passavam o dia todo ocupados e de repente têm muito tempo livre. Além disso, seguidamente os filhos assumem o papel que antes era dos pais, como chefes de família, tomando decisões em relação aos pais idosos, organizando o dia a dia deles e em várias situações, sustentando-os financeiramente.
Tudo isso contribui para gerar um quadro de baixa autoestima e depressão no idoso. Por isso que é tão necessário termos uma preparação física e psicológica para este período da vida, entendendo que, até mesmo pelas mudanças físicas, outros tipos de atividades podem e devem ser realizadas, não havendo qualquer motivo para sentir-se inútil. Com a população vivendo mais tempo, é esperado que passemos por diferentes papéis sociais ao longo da vida, todos eles com a mesma importância.
Socialização e saúde na terceira idade
Vários estudos demonstram que a interação social de idosos é associada a uma melhor função cognitiva, menos sintomas depressivos e sofrimento psíquico, mais atividades instrumentais de vida diária, melhor mobilidade e desempenho em atividades físicas, melhor saúde mental, menor incidência de demência e fragilidade, além de menores taxas de mortalidade. Reforça-se, então, a importância dos idosos manterem-se sociais, mesmo com todas as mudanças que ocorrem com o processo de envelhecimento.
Massa muscular na terceira idade 
